sábado, 26 de março de 2011

Tiranossauro Rex tinha parasita comum aos pássaros

O Tiranossauro Rex, um dos maiores dinossauros já encontrados, era afetado por um parasita que ainda hoje infecta os pássaros, conclui um estudo de paleontologistas americanos publicado nesta terça-feira pela revista PLoS.

Os pesquisadores chegaram a esta conclusão ao observar marcas em "Sue", o maior e mais bem conservado fóssil de Tiranossauro Rex, exposto no Museu Field de Chicago, norte dos Estados Unidos. Este fóssil tem buracos na mandíbula que até o momento eram atribuídos a combates com outros dinossauros, mas os pesquisadores concluíram que são sequelas de uma severa infecção provocada pelo Trichomonas gallinae, um protozoário que hoje causa lesões graves na parte inferior dos bicos de aves de rapina.

 O esqueleto batizado de "Sue" depositado no Field Museum of Natural History em Chicago, Illinois.
Fonte da imagem: http://www.charlesculp.com/chicago/photos/Sue.jpg

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sexta-feira, 18 de março de 2011

Edital 2 - Processo Seletivo 2011

Terras raras elevam eficiência de material termoelétrico em 25%

Terras raras elevam eficiência de material termoelétrico em 25%
Placa de Peltier, usada para em refrigeração de estado sólido.[Imagem: Wikipedia]
Pesquisadores do Laboratório Ames, nos Estados Unidos, alcançaram uma melhoria surpreendente de 25% no rendimento dos materiais termoelétricos.
Calor em eletricidade
Materiais termoelétricos são capazes de converter diferenças de temperatura diretamente em eletricidade - um fenômeno conhecido como efeito Seebeck - e, inversamente, convertem a eletricidade diretamente em diferenciais de temperatura - um fenômeno conhecido como efeito Peltier.
Todas as usinas termoelétricas transformam calor em eletricidade, seja o calor da queima de carvão, gás natural, biomassa ou mesmo o calor gerado pelo decaimento de substâncias radioativas, como acontece nas usinas nucleares.
Nessas usinas, contudo, o calor é usado para gerar vapor d'água, que é usado para gerar uma turbina, que por sua vez aciona um gerador, que finalmente produz a eletricidade.
O material termoelétrico - uma chapa sólida feita com uma liga metálica especial - elimina todos esses passos, transformando diretamente o calor em eletricidade.
E, usando o efeito Peltier, eles são usados para a construção de geladeiras de estado sólido, que dispensam motores, compressores e tubulações de gás.
Eficiência dos materiais termoelétricos
O grande problema é que os materiais termoelétricos ainda são ineficientes.
A NASA gosta muito deles para uso no espaço, onde os ganhos em simplicidade e peso superam largamente as perdas com a ineficiência - sondas como Voyager, Pioneer, Galileo, Cassini e Viking, todas tiraram ou tiram proveito dos efeitos Seebeck e Peltier.
Mas aplicações mais terrenas ainda estão na agenda. Por exemplo, o calor desperdiçado pelo motor de um carro pode ser convertido em eletricidade para recarregar as baterias ou mesmo para substituir os alternadores.
Um dos grupos mais bem estudados entre os materiais termoelétricos é chamado TAGS, uma sigla com a inicial do símbolo químico dos elementos usados para formar a liga: telúrio, antimônio, germânio e prata.
Terras raras
Agora, a equipe do Dr. Evgenii Levin descobriu que a adição de apenas 1% de um elemento do grupo das terras raras - cério ou itérbio - melhora o desempenho do material termoelétrico TAGS em 25%.
As razões para tamanha melhoria ainda estão por ser entendidas, mas os cientistas teorizam que a quantidade mínima do elemento de terras raras é suficiente para afetar a estrutura cristalina da liga, otimizando seu efeito Seebeck.
É sobre isso que eles vão se debruçar agora: quando descobrirem o que exatamente causa o efeito, eles poderão encontrar formas de ampliá-lo ou de procurar por outros elementos ou compostos capazes de aumentar ainda mais o efeito termoelétrico.
Em última instância, o grupo quer descobrir qual é a estrutura cristalina de um material termoelétrico "ideal" - onde ideal significa uma eficiência em torno dos 20%, um nível que se acredita suficiente para viabilizar aplicações industriais e domésticas.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Sismógrafo amador capta terremoto no Japão 
http://www.geofisicabrasil.com/noticias/62-sismologia/1625-sismografo-amador-capta-terremoto-japao.html



Terremoto no Japão é captado por sismógrafo criado por brasileiro em Campinas.
Aparelho tem um metro de comprimento por meio metro de largura e está instalado no bairro Guará, próximo ao campus da Unicamp. [Imagem: Rogério Marcon]

Sismógrafo amador

O terremoto de 8,9 pontos - autoridades japonesas anunciam 8,8 pontos - na Escala Richter que atingiu o Japão nesta sexta-feira (11) também foi registrado a poucos quilômetros do campus da Unicamp em Campinas, em um prosaico banheiro de fundo de quintal.
No local está instalado um sismógrafo horizontal amador, construído há três anos pelo geólogo Rogério Marcon, funcionário do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW).
"O registro foi feito por volta das 3h30 da manhã, pouco tempo depois da ocorrência do abalo. Entretanto, eu só o verifiquei às 5h30, quando acordei. Logo em seguida, liguei a televisão para me informar sobre o que tinha acontecido", conta Marcon, que gastou algo como R$ 500 para conceber o aparelho.

Resultados profissionais

Logo que verificou os dados assinalados pelo seu equipamento e o noticiário, o funcionário da Unicamp começou a receber telefonemas de amigos e de jornalistas interessados em obter informações a respeito do fenômeno.
Marcon diz que o aparelho é basicamente o mesmo que construiu há três anos: "A única diferença é que providenciei uma cobertura para protegê-lo das correntes de ar".
O geólogo utilizou um PC pentium 3 e uma interface para o aparelho conversor analógico. A interface custou 20 dólares e foi importada de uma empresa especializada na construção de sismógrafos amadores.

Software livre

Ele também lançou mão de um software livre para transformar dados em gráficos. Para captar os terremotos, montou um pêndulo, composto por um transdutor elétrico posicionado sobre uma bobina.
O equipamento tem um metro de comprimento por meio metro de largura e está instalado no bairro Guará, próximo ao campus da Unicamp.
Nos últimos três anos, conforme Marcon, o sismógrafo registrou centenas de eventos, de variadas magnitudes.
O primeiro foi um tremor de 5,2 pontos ocorrido no Atlântico Sul, em abril de 2008, e que foi sentido nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. "Entre os sismos mais fortes, o instrumento captou o que destruiu algumas localidades chilenas e o que devastou o Haiti, ambos em 2010".
Registro do momento do terremoto que ocorreu no Japão, às 2h46 de 11/03/2011. [Imagem: Rogério Marcon]

Repiques

De acordo com o geólogo, além do sismo principal, outros 60 terremotos sequenciais, de menor magnitude - abaixo de 6 pontos - foram registrados por sismógrafos no Brasil.
"É preciso esclarecer que as pessoas aqui no país ou em Barão Geraldo não sentiram a terra tremer. Apenas os sismógrafos são capazes de captar as ondas propagadas desde o Japão", esclarece.
Ainda segundo Marcon, não há propriamente um teto na Escala Richter. "Entretanto, até hoje, nunca se viu terremoto acima de 9,5. Este do Japão chegou bem perto dessa marca".
Site Inovação Tecnológica com informações da Unicamp - 11/03/2011