segunda-feira, 11 de junho de 2012

Astronômos preveem colisão de Via Láctea com galáxia vizinha


Astrônomos estão usando o telescópio espacial Hubble para determinar quando a Via Láctea irá colidir com Andrômeda, sua galáxia vizinha.

"Ilustração mostra como seria o céu dentro de 3,75 bilhões de anos; Andrômeda (à esq.) preenche a vista e começa a distorcer a posição da nossa Via Láctea"
As duas galáxias estão se aproximando devido à gravidade que exercem uma sobre a outra. Cientistas acreditam que elas começarão a se fundir dentro de 4 bilhões de anos.

E dentro de outros 2 bilhões de anos elas deverão ser uma única entidade.
Quando isso ocorrer, a posição do nosso sol será abalada, mas tanto o astro como os planetas que orbitam em torno dele enfrentam pouco risco de serem destruídos.
Por outro lado, o céu noturno visto da Terra deverá ter uma aparência espetacular. Partindo do princípio, é claro, de que a espécie humana ainda estará presente dentro de bilhões de anos para poder olhar para cima.
''Hoje em dia, a galáxia de Andrômeda se apresenta para nós no céu como um pequeno objeto difuso que foi visto pela primeira vez por astrônomos há mil anos'', afirma Roeland van der Marel, o pesquisador sênior do Space Telescope Science Institute, de Baltimore, nos Estados Unidos.

Fusão de galáxias


" Em 4 bilhões de anos, Andrômeda se esticará de forma impecável e a Via Láctea se deformará "

As duas galáxias estão separadas por uma distância de 2,5 milhões de anos-luz, mas estão convergindo a uma velocidade de aproximadamente 400 mil quilômetros por hora.
" Em 4 bilhões de anos, Andrômeda se esticará de forma impecável e a Via Láctea se deformará "
"Poucas coisas fascinam os seres humanos mais do que o nosso destino cósmico e qual será o nosso futuro. O fato de que podemos prever que esse pequeno objeto difuso um dia irá engolir e encobrir o nosso sol e o nosso sistema solar é uma descoberta verdadeiramente notável e fascinante'', diz van der Marel.
Isso é possível porque o observatório mediu em detalhes mais precisos do que nunca os movimentos de determinadas regiões de Andrômeda, que também é conhecia por seu nome científico M31.
''É necessário saber não apenas como Andrômeda está se movendo em nossa direção, mas também seus motivos laterais, porque isso vai determinar se Andrômeda irá passar a uma boa distância de nós ou se ela virá direto em nosso encontro'', explica van der Marel.
''Astrônomos tentam há séculos medir o movimento lateral. Mas isso sempre falhou porque as técnicas disponíveis não eram suficientes para realizar a medição. Pela primeira vez, fomos capazes de medir o movimento lateral - conhecido na astronomia como movimento apropriado - da Galáxia de Andrômeda, usando as capacidades de observação únicas oferecidas pelo telescópio espacial Hubble.''
Simulações de computador baseadas nas informações do Hubble indicam que as duas grandes massas de estrelas irão eventualmente se moldar em uma única galáxia elíptica similar a outras vistas costumeiramente no universo.

Mudança de localização


O abalo gravitacional deverá, no entanto, mudar a localização do sistema solar, acreditam os pesquisadores.

É provável que a fusão provoque uma vigorosa fase de formação de novas estrelas e que nuvens de gás serão abaladas e passem a colidir umas com as outras.
Pelo que os cientistas observaram até aqui, é bem possível que a pequena companheira de Andrômeda, a galáxia de Triangulum, ou M33, também entre na "briga".

FONTE: BBC - Brasil 
Adaptado - BBC Brasil. . Para acesso da Notícia na íntegra, Acesse o link.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Alta do ouro reativa produção em minas históricas brasileiras

Maior produtor mundial de ouro entre 1700 e 1850, o Brasil está recebendo investimentos bilionários para voltar à lista dos principais exploradores do minério.

Paralelamente, o governo está intensificando o combate ao garimpo ilegal de ouro na Amazônia, foco de atritos em regiões de fronteira, num esforço que também visa formalizar o setor para tirar proveito dos altos preços do minério.
Hoje na 11ª posição do ranking dos produtores, segundo o Serviço Geológico Americano (USGS), o país pode subir ao 7º posto caso os planos do governo de dobrar a extração de ouro até 2017 se concretizem. Para cumprir a meta, espera-se que o setor receba US$ 2,4 bilhões em investimentos entre 2011 e 2015.


"Brasil está recebendo investimentos bilionários para voltar à lista dos principais exploradores de ouro."

A meta do governo, expressa no último Plano Nacional de Mineração, se sustenta nos preços do minério, que dobraram desde o início da crise econômica mundial, em 2008.
Considerado um investimento seguro em tempos de instabilidade nas bolsas e forte oscilação de moedas, o ouro valia cerca de US$ 800 a onça (31 gramas) no fim de 2007. Hoje está cotado em US$ 1.600. A valorização tornou rentáveis minas com baixo teor de ouro e outras já exploradas, antes tidas como esgotadas.
Entre as minas que serão reabertas está a de Serra Pelada, no sudeste do Pará. A mina atraiu milhares de migrantes nos anos 80 e fechou em 1992, em meio ao declínio da produção. Celebrizada pelas fotografias do "formigueiro humano" que abrigava, foi considerada o maior garimpo a céu aberto do mundo.Outras minas que serão reabertas estão a de Riacho dos Machados, em Minas Gerais, e a de Pilar de Goiás.
Em 2011, segundo o USGS, o Brasil produziu 65 toneladas de ouro. A maior produtora mundial é a China, com 345 toneladas. Na América Latina, a produção brasileira é superada apenas pela do Peru, com 170 toneladas.

Incremento
Responsável por 26 das 65 toneladas de ouro extraídas anualmente no Brasil (17% do total), a mineradora canadense Yamana espera aumentar em 11 toneladas (40%) sua produção até 2014. O incremento virá de três novas minas na Bahia, Mato Grosso e Goiás.

Formatos Alternativos
Com o início da operação da última delas, em Pilar de Goiás, a exploração do minério será retomada num município fundado em 1741, durante a primeira corrida ao ouro no Brasil.
Desta vez, porém, a mina será explorada com alta tecnologia, em túneis subterrâneos que ultrapassam 5 quilômetros de extensão.
Segundo a Yamana, a mina terá porte médio, com produção média de 3,7 toneladas de ouro ao ano. Estima-se que cada tonelada de rocha na mina contenha 2 gramas de ouro. O metal será extraído por explosivos e separado por um longo processo de refino.
O comerciante Delfim José de Amorim conta que se assustou com o "inchaço" na cidade. "Nos pegaram com as calças na mão", diz à BBC Brasil.
Segundo ele, os moradores terão de ser qualificados pela empresa para poder pleitear os empregos na mina – a Yamana diz ter como meta usar ao menos 75% de mão de obra local em seus empreendimentos.
"Não estamos preparados para enfrentar o progresso", diz o comerciante. Mas mesmo que não consigam empregos na mina, afirma Amorim, os habitantes de Pilar esperam que a cidade se beneficie dos impostos a serem arrecadados com a atividade.
Conforme os critérios atuais para a divisão desses impostos, conhecidos como royalties, 0,65% do faturamento com a venda de ouro numa mina fica com o município produtor – a União abocanha 0,12%, e o Estado produtor, 0,23%.
O governo pretende levar ao Congresso, porém, proposta para elevar a cobrança de royalties para o ouro e outros minérios.


"Ouro é considerado investimento seguro em tempos de instabilidade nas bolsas e forte oscilação de moedas."

No entanto, as mineradoras afirmam que alterações podem frustrar os planos do governo de aumentar a produção. "Faz-se investimento com base no que está estabelecido. Mudanças nas regras do jogo sempre preocupam", afirma Portugal, da Yamana.
A falta de mão de obra capacitada é outro entrave ao incremento da produção, ele diz, ecoando o relato de Amorim. "Custa muito investir na formação, e não estamos conseguindo suprir a demanda. É difícil levar um profissional para uma área remota se ele tiver oportunidade de trabalho em Belo Horizonte, São Paulo ou Vitória."

FONTE: BBC - Brasil 
Adaptado - BBC Brasil. Para acesso da Notícia na íntegra, Acesse o link.